quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Quais gêneros devem cair no vestibular Unicamp?





Para responder, a primeira coisa que devo deixar bem clara é: não basta saber o gênero que vai cair. Muito mais importante é ler bem a proposta e entender como aquele gênero particular está sendo cobrado. Na prova de 2012, por exemplo, foi pedido um manifesto, mas também se pediu que ele fosse escrito para uma situação de discurso oral, que não é a maneira mais comum de se apresentar um manifesto. Ou seja, quem memorizou as características típicas do gênero e produziu um texto seguindo esse padrão pode ter se prejudicado.

Dito isso, há sim alguns gêneros que, se forem bem conhecidos, devem ajudar o candidato na hora da prova. Acredito que a lista mínima inclui os seguintes:

Editorial
Artigo de Opinião
Cartas (especialmente a Argumentativa)
Sinopse
Resenha
Abaixo-assinado
Entrevista
Discurso
Comentário
Texto Instrucional
Conto
Crônica
Notícia
Verbete

É óbvio que podem cair outros gêneros, mas, como a lista tende ao infinito, faz mais sentido conhecer gêneros que não apenas têm uma boa possibilidade de aparecer, mas que também cobrem um amplo espectro de características (acredito que é possível escrever praticamente qualquer gênero a partir do conhecimento de cinco características que os compõem: propósito, autor, interlocutor, meio e linguagem). Quem quiser uma explicação mais detalhada pode conferir um post que eu já escrevi sobre isso: http://temqueportitulo.blogspot.com.br/2012/02/o-que-sao-generos-textuais.html.

É isso por hoje.
Até breve.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Resolução para 2013



Olá a todos. Com um ligeiro atraso de 10 dias, resolvi colocar em prática minha principal resolução para 2013: escrever mais. Se tudo der certo, espero publicar pelo menos uma vez por semana, e pretendo também utilizar uma ferramenta que vai me ajudar nessa meta: textos mais curtos.

Pensei em escrever pequenos textos respondendo a dúvidas comuns de redação que nunca são explicadas adequadamente na internet. Naturalmente, acumulei centenas dessas dúvidas nos últimos 14 anos, mas se alguém tiver alguma questão que considere mais urgente (e que seja algo geral sobre redação, não perguntas do tipo "por que eu tirei uma nota tão baixa no ENEM?"), pode mandar que eu tento atender mais rápido.
Dito isso, vamos à dúvida de hoje:

"Quando eu faço uma redação, é melhor...?"

Vou interromper um pouco a pergunta e fazer um comentário que vale para todas as respostas futuras: não faz sentido perguntar como se escreve “uma redação”. Existem tipos de texto e gêneros específicos, cada um com suas regras, e vestibulares, provas e concursos também diferentes uns dos outros. Assim, sempre que eu afirmar que tal ou tal estratégia funciona ou não, vou especificar em que situação isso acontece. Reformulando a pergunta:

"Quando eu faço uma dissertação, é melhor dar a minha opinião pessoal ou colocar uma opinião que o corretor vai achar correta?"

Essa é uma dúvida bastante comum. Ela provavelmente se deve ao fato de que, na escola, os alunos aprendem a reconhecer as características de seu professor e às vezes percebem que certas opiniões tendem a ser mais valorizadas que outras. Em dissertações de vestibular, no entanto, é má ideia tentar “agradar” o corretor dando uma opinião com a qual ele supostamente concorda.

Em primeiro lugar, é difícil prever a personalidade de cada corretor. Ou seja, talvez você escreva uma opinião para agradar ao examinador, mas, por acaso, justamente a pessoa que vai corrigir a sua redação tem uma visão totalmente oposta à que você apresentou.

Além disso, os examinadores de vestibulares sérios são treinados e orientados para não levar em conta suas inclinações pessoais na hora de atribuir nota a um texto. É verdade que um ou outro corretor pode se deixar envolver e acabar falhando nesse quesito, mas é mais razoável escrever o texto imaginando que a personalidade do examinador não vai interferir no julgamento.

Por fim, lembre-se de que, em um texto dissertativo-argumentativo, muito mais importante que a opinião defendida é a qualidade da argumentação. Portanto, não se preocupe em “adivinhar” a opinião do corretor e sim em defender a sua própria opinião da forma mais coerente e convincente possível.
É isso por hoje. Escrevi um pouco também sobre opiniões em textos dissertativos em um dos primeiros posts do blog. Aqui está o link: http://temqueportitulo.blogspot.com.br/2011/11/de-onde-vem-as-lendas-de-redacao-parte_09.html

Abraços e até a próxima.